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Destino, e Vontade.


Imagem de uma mesa de sinuca

É Comum pensarmos sobre destino, se existe uma força incontrolável que nos guiara para um fim, existem duas formas de pensar em destino, a cosmológica e a matemática(newtoniana) , começando pelo pensamento cosmológico podemos considerar os sistemas onde o destino é determinado por uma força cosmológica sejam os grandes deuses de diversos halls que tratam os humanos como seus peões, tendo como exemplos tanto a inevitabilidade do destino de Édipo rei em casar com a própria mãe após matar seu pai, com tudo nessas cosmovisões os deuses também estão presos na roda do destino, como no induísmo/budismo onde mesmo os deuses (quando existem em certas visões do budismo) são presos a própria roda do destino e das encarnações, diferente das narrativas  judaico-cristãs sobre o destino onde tudo já estaria escrito e os humanos seriam parte de uma narrativa maior escrita pelo criador, sendo incapazes de fazer qualquer manifestação referente a isso.

  Pensar que tudo já esta decidido é algo comum desde muito tempo na historia da humanidade, é uma forma de pensamento predominante, mas não limitada ao ocidente como dito, no induísmo/budismo mesmo seres maiores estão presos a roda do destino, e a única forma de sair dessa prisão seria romper o  ciclo de reincarnações e se tornar um “não ser” abandonar o ego, encontrando assim um nirvana, uma não experiencia.

 Essas visões são muito recorrentes e quando passamos da visão de mundo que consideramos “mistica” para a “cientificista” nos não abandonamos esse conceito, nos passamos do chamado determinismo teológico para o determinismo cientifico, que não foi totalmente quebrado quando chegamos a relatividade, porém isso é muito mais complexo quando as inferências sobre tempo e espaço da relatividade levam a uma forma de determinismo, vou me manter focado a uma ideia mais simples e mais comum, pois os ambientes em velocidades e tamanhos razoavelmente comuns a física newtoniana é predominante.

  Vamos partir ao conceito de Determinismo Newtoniano, simplificando muito, pode-se imaginar o universo no momento prévio ao Big Bang como uma (quase) infinita mesa de sinuca, e o Big Bang é a “tacada” que iniciou todo o movimento, todo movimento depois dessa “tacada” é colocada como a fonte original de toda força no universo, toda e movimento é só uma consequência do movimento inicial, mesmo os pensamentos que nós temos do ponto de vista desse paradigma são consequências deste movimento, uma vez que o cérebro é tratado como uma forma de computador analógico pelos teóricos da ciência contemporânea, todo o “movimento”, energia e pensamento é decidido não só pelas influencias menores, mas pela própria natureza da “seta do tempo”, tudo já esta decidido.

  Nessa epistemologia/cosmovisão o mundo já esta decidido não pelo plano de uma divindade ou ser superiores, mas pela plena forma das leis do universo, somos todos consequências do primeiro movimento, nenhuma ação é “livre” todos nós seriamos fantoches, mas não de do divino, mas sim da matemática.

 Não sei dizer exatamente o motivo, mas essa ideia me assombra desde muito tempo, desde minha infância, sentir como se meu destino estivesse escrito sejam as piores ou as melhores coisas por muito tempo me vi preso em sistemas de causalidade nos quais me pareciam inescapáveis, não parecendo muito diferente d as tramas do destino criadas pelas Moiras.

 Muitas vezes tenho me visto colocado diante de um futuro que parece ter sido decidido previamente, muitas vezes é dito que arte será tomada num geral pela inteligencia artificial, substituindo ilustração, escultura, musica, atuação e escrita, levando a humanidade para um estado de absorção passiva do conteúdo gerado pelos robôs, com tudo esse é realmente um mundo no qual não quero viver…

  Com tudo eu poderia colocar vários contra argumentos contra a ideia de determinismo vou me manter preso a uma ideia mais simples, citando o artigo do Outras Palavras citando o trabalho de David Graeber.

“O seu trabalho sobre a Dívida é monumental, e é difícil apontar um único foco ou contribuição central. Mas se nos víssemos obrigados a fazê-lo, diríamos que este foco se encontra na crítica do “mito do escambo” e na demonstração de que os processos de intercâmbio prévios à emergência da moeda cunhada (ou em períodos em que esta última perde expressão e circulação, como na Idade Média) estavam baseados em relações de crédito e débito e, por extensão, em relações que, de alguma forma, envolviam fidúcia, confiança e solidariedade. Perfeito. Ao trazer este ponto à luz com toda a clareza, Graeber dá, sem dúvida, uma contribuição importante à historiografia econômica.”

 

As contribuições (e equívocos) de David Graeber

 

 Vejam bem, é comum pensar na linha da historia como sendo determinista, é uma necessidade que para que o mundo seguir em uma linha de “passaremos a ser consumidores passivos daquilo que os robôs fazem”, com tudo não é isso que encontramos quando olhamos para a historia, a construção da historia é bem mais indeterminada e depende muito mais das condições sociais da sociedade na qual aquela estrutura material se encontra.

 Colocando em outras palavras daria pra dizer que a Vontade coletiva dos povos importa mais que as tramas materiais do destino matemático que os oprime.

 Realmente gostaria de ter lido todo o livro " despertar de tudo: uma nova história da humanidade” completo com tudo ainda não consegui pela dislexia me forçar a ler livros longos em papel pela comodidade então vou ter de esperar mais um pouco.

 Talvez o “universo” não tenha sido decidido na primeira “tacada” e talvez haja alguma esperança, não posso dizer com certeza do meu ponto de vista de pequeno observador, com tudo ficaria muito feliz se descobrissem que aquela matéria da Nature em que as plantas tem um padrão de mutação que reflete o efeito equivalente em seleção natural.

 “Mutation bias reflects natural selection in Arabidopsis thaliana”

        Seria, mais um indicativo que talvez a vida não estaria presa e essas tramas, talvez alguma forma de "vontade" exista permita a nós moldarmos o nosso destino.

 

Algumas referencias sobre os conceitos que eu discuti aqui, tanto vídeos que eu vi quanto artigos que eu li pra me lembrar dessas ideias mais a fundo:

Dr. Manhattan, Física Quântica, DC Rebirth e Antes de Watchmen | TRALHAS DO JON CLASSIC

https://iep.utm.edu/foreknow/

https://iep.utm.edu/theological-determinism/

https://iep.utm.edu/freewill/

https://plato.stanford.edu/entries/determinism-causal/#GenRelGTR